Dia 8 de março é o dia internacional da mulher e representa um marco
importante na luta dos nossos direitos. Conquistamos tantas coisas ao longo dos
anos e sabemos que ainda há muito mais para conquistar. Vemos como cada vez mais ganhamos terreno na
arte, seja escrita, pintada, cantada...
Temos nesse trajeto relatos de mulheres que tiveram que
escrever sob um pseudônimo masculino para conseguir publicar ou utilizar as
suas iniciais no lugar do nome porque “um nome de mulher não seria chamativo”.
Um exemplo
disso pode ser visto no livro “O Mundo da Escrita”, em que é relatado como surgiu
o primeiro grande romance da literatura universal escrito no século XI, através
das mãos de uma escritora japonesa, até hoje anônima, que teve que aprender a
escrever em chinês de maneira clandestina para ter acesso à antiga tradição
literária da China, que era muito valorizada na época. Nesse momento da
história da humanidade, a escrita era algo somente utilizado pelos homens e era
impensável que uma mulher conhecesse letras chinesas e também a história
japonesa, além disso, em certas ocasiões, a autora fingia que não sabia ler nem
as inscrições mais comuns em biombos de papel para não chamar a atenção.
Até os dias de hoje ninguém sabe o seu verdadeiro nome, a
identificam como Murasaki Shikibu que é o nome da sua protagonista do livro
Romance de Genji. Por mais
que anos e anos tenham passado, você pode encontrar o livro traduzido para português em uma versão adaptada, já que os manuscritos originais não existem
mais, o que sobrou foram várias versões e cópias antigas, porém cada uma com suas modificações e
reconstruções, isso porque naquela época as cópias eram feitas muitas vezes à mão.
Então, neste mês da mulher (porque só um dia não é o
suficiente), viemos compartilhar alguns livros escritos por mulheres para
mulheres, para continuar apoiando a nossa jornada como escritoras e continuar ganhando espaço no mundo literário. E não esqueça de dar uma passadinha no nosso post de Mulheres que fizeram história na literatura brasileira.
1. Um caminho para a liberdade – Jojo Moyes
Sinopse: Cinco
mulheres vão enfrentar uma cidade inteira por amor aos livros. E juntas vão
descobrir o poder do conhecimento, da liberdade e da amizade.
Em uma
época em que não seguir os costumes e a religião era transgressão gravíssima, o
caminho de um grupo de mulheres se cruza de maneira inesperada. A década de
1930 está chegando ao fim, e, em uma pequena cidade do interior dos Estados
Unidos, a ideia de que as moças administrem uma biblioteca itinerante desafia o
status quo.
Com o
compromisso de levar livros para os moradores mais pobres da região, Margery,
Alice, Beth, Sophia e Izzy aceitam trabalhar na biblioteca. E à medida que
enfrentam inúmeras dificuldades, como aprender a cavalgar, percorrer rotas de
difícil acesso e suportar o preconceito dos mais conservadores, elas fortalecem
o laço que as une e descobrem mais sobre si mesmas. Em pouco tempo, toda a
cidade se volta contra o grupo, colocando em risco a sobrevivência do projeto.
E as mulheres vão se perguntar mais uma vez se o poder das palavras será
suficiente para salvá-las.
Inspirado
em uma história real, Um caminho para a liberdade fala de
lealdade, independência e justiça. Com uma trama envolvente e emocionante, Jojo
Moyes faz o leitor refletir sobre as redes de apoio e amizade entre mulheres e
como é preciso ir além dos nossos ― supostos ― limites. Afinal,
conquistar a liberdade nunca é fácil.
2. O peso
do pássaro morto – Aline Bei
Sinopse: A
vida de uma mulher, dos 8 aos 52, desde as singelezas cotidianas até as
tragédias que persistem, uma geração após a outra. Um livro denso e leve,
violento e poético. É assim O peso do pássaro morto, romance de estreia de
Aline Bei, onde acompanhamos uma mulher que, com todas as forças, tenta não
coincidir apenas com a dor de que é feita.
3. Samantha Sweet, executiva do lar – Sophie Kinsella
Sinopse: Em Samantha
Sweet, executiva do lar,
conhecemos Samantha, uma jovem e dinâmica advogada corporativa, dividida entre
contas e clientes, sem tempo para nada além da carreira. Mas, com tanta coisa
para fazer, ela comete um erro grave que custará à empresa um prejuízo de
milhões. Transtornada, Samantha se candidata a um emprego em outra cidade, mas
não se preocupa muito com as funções da vaga, que inclui domínio de afazeres
domésticos e assessoria pessoal de uma socialite deslumbrada. Sem nem ao menos
saber como ligar o ferro de passar, talvez tudo o que ela precise seja deixar a
poeira baixar antes de voltar a atuar como advogada. Nesse meio tempo, tem que
aprender como usar a máquina de lavar roupas. E rápido!
A jornada
de Samantha para se tornar a Samantha sweet, executiva do lar, é
divertida, inusitada e surpreendente. Sua transformação e o encontro do amor
são tão gostosos quanto os bolos que ela aprende a fazer. Mas será que sua
antiga vida a encontrará novamente? E, se encontrar, será que ela vai
querer voltar?
Um livro que nos faz refletir sobre onde queremos estar e
passa a mensagem de que o lugar
da mulher é onde ela quiser.
4. Poética - Ana Cristina Cesar
Sinopse: A obra lírica da musa da poesia marginal, reunida pela primeira vez em volume único.
Ana Cristina Cesar deixou em sua breve passagem pela literatura brasileira do século XX uma marca indelével. Tornou-se um dos mais importantes representantes da poesia marginal que florescia na década de 1970, justamente pela singularidade que a distanciava das "leis do grupo". Criou uma dicção muito própria, que conjugava a prosa e a poesia, o pop e a alta literatura, o íntimo e o universal, o masculino e o feminino - pois a mulher moderna e liberta, capaz de falar abertamente de seu corpo e de sua sexualidade, derramava-se numa delicadeza que podia conflitar, na visão dos desavisados, com o feminismo enérgico, característico da época.
Entre fragmentos de diário, cartas fictícias, cadernos de viagem, sumários arrojados, textos em prosa e poemas líricos, Ana Cristina fascinava e seduzia seus interlocutores, num permanente jogo de velar e desvelar. Cenas de abril, Correspondência completa, Luvas de pelica, A teus pés, Inéditos e dispersos, Antigos e soltos: livros fora de catálogo há décadas estão agora novamente disponíveis ao público leitor, enriquecidos por uma seção de poemas inéditos, um posfácio de Viviana Bosi e um farto apêndice. A curadoria editorial e a apresentação couberam ao também poeta, grande amigo e depositário, por muitos anos, dos escritos da carioca, Armando Freitas Filho. Dos volumes independentes do começo da carreira aos livros póstumos, a obra da musa da poesia marginal - reunida pela primeira vez em volume único - ainda se abre, passados trinta anos de sua morte, a leituras sem fim.
5. Um buraco com meu nome - Jarid Arraes
Sinopse: Brutal e sincera, a nova edição do livro de poemas de Jarid Arraes conta com sete peças inéditas, além de novo projeto gráfico e ilustrações da autora. Com uma crítica social afiada, Arraes fala sobre o corpo negro feminino com precisão e maestria.
Jarid Arraes se destaca como uma das maiores escritoras brasileiras da atualidade. Os temas de sua obra, sempre urgentes e igualmente atuais, colocam em evidência sujeitos preteridos, fora do padrão e das vistas da sociedade: "eu quero ouvir/ sobre as pequenas vidas/ os pequenos instantes/ de vida/ que ainda resistem/ aí".
Nesta antologia, a autora de Redemoinho em dia quente vai em busca de "uma toca/ de paredes/ grossas// um abrigo/ que cesse/ a fome", um refúgio em meio a campo aberto. Em um denso equilíbrio entre introspecção e crítica social, estes poemas se dividem em cinco ramos — selvageria, fera, corpo aberto, caverna e poemas inéditos — e recuperam a imagem da mulher e do corpo feminino negro, que se encontra desprotegido da loucura e das inúmeras opressões cotidianas.
Um buraco com meu nome, reeditado agora pela Alfaguara, traz sete poemas jamais publicados pela autora, reforçando a vitalidade da obra: "existo paralela/ e por dentro/ estou faminta", diz Jarid.
Autora vencedora dos prêmios APCA e Biblioteca Nacional.
6. A paixão segundo G.H. - Clarice Lispector
Sinopse: A paixão segundo G.H. conta, através de um enredo banal, o pensar e o sentir de G.H., a protagonista-narradora que despede a empregada doméstica e decide fazer uma limpeza geral no quarto de serviço, que ela supõe imundo e repleto de inutilidades. Após recuperar-se da frustração de ter encontrado um quarto limpo e arrumado, G.H. depara-se com uma barata na porta do armário. Depois do susto, ela esmaga o inseto e decide provar seu interior branco, processando-se, então, uma revelação. G.H. sai de sua rotina civilizada e lança-se para fora do humano, reconstruindo-se a partir desse episódio. A protagonista vê sua condição de dona de casa e mãe como uma selvagem. Clarice escreve: “Provação significa que a vida está me provando. Mas provação significa também que estou provando. E provar pode se transformar numa sede cada vez mais insaciável.”
7. Anne de Green Gables - L. M. Montgomery
Sinopse: Quando os irmãos Marilla e Matthew Cuthbert, de Green Gables, na Prince Edward Island, no Canadá, decidem adotar um órfão para ajudá-los nos trabalhos da fazenda, não estão preparados para o “erro” que mudará suas vidas: Anne Shirley, uma menina ruiva de 11 anos, acaba sendo enviada, por engano, pelo orfanato.
Apesar do acontecimento inesperado, a natureza expansiva, sempre de bem com a vida, a curiosidade, a imaginação peculiar e a tagarelice da menina conquistam rapidamente os relutantes pais adotivos. O espírito combativo e questionador de Anne logo atrai o interesse das pessoas do lugar – e muitos problemas também.
No entanto, Anne era uma espécie de Pollyanna, e sua capacidade de ver sempre o lado bonito e positivo de tudo, seu amor pela vida, pela natureza, pelos livros conquista a todos, e ela acaba sendo “adotada” também pela comunidade.
Publicada pela primeira vez em 1908, esta história deliciosa, que ilustra valores fundamentais como a ética, a solidariedade, a honestidade e a importância do trabalho e da amizade, teve numerosas edições, já tendo vendido mais de 50 milhões de cópias em todo o mundo. Foi traduzida para mais de 20 idiomas e adaptada para o teatro e o cinema.
8. Os sete maridos de Evelyn Hugo - Taylor Jenkins Reid
Sinopse: Com todo o esplendor que só a Hollywood do século passado pode oferecer, esta é uma narrativa inesquecível sobre os sacrifícios que fazemos por amor, o perigo dos segredos e o preço da fama.
Lendária estrela de Hollywood, Evelyn Hugo sempre esteve sob os holofotes ― seja estrelando uma produção vencedora do Oscar, protagonizando algum escândalo ou aparecendo com um novo marido… pela sétima vez. Agora, prestes a completar oitenta anos e reclusa em seu apartamento no Upper East Side, a famigerada atriz decide contar a própria história ― ou sua “verdadeira história” ―, mas com uma condição: que Monique Grant, jornalista iniciante e até então desconhecida, seja a entrevistadora. Ao embarcar nessa misteriosa empreitada, a jovem repórter começa a se dar conta de que nada é por acaso ― e que suas trajetórias podem estar profunda e irreversivelmente conectadas.
“Evelyn Hugo faz Elizabeth Taylor parecer sem graça. Você vai rir com ela, chorar, sofrer, e então voltar para a primeira página e fazer tudo de novo.” ― Heather Cocks e Jessica Morgan, autoras de The Royal We
9. Tudo é rio - Carla Madeira
Sinopse: Com uma narrativa madura, precisa e ao mesmo tempo delicada e poética, o romance narra a história do casal Dalva e Venâncio, que tem a vida transformada após uma perda trágica, resultado do ciúme doentio do marido, e de Lucy, a prostituta mais depravada e cobiçada da cidade, que entra no caminho deles, formando um triângulo amoroso.
Na orelha do livro, Martha Medeiros escreve: “Tudo é rio é uma obra-prima, e não há exagero no que afirmo. É daqueles livros que, ao ser terminado, dá vontade de começar de novo, no mesmo instante, desta vez para se demorar em cada linha, saborear cada frase, deixar-se abraçar pela poesia da prosa. Na primeira leitura, essa entrega mais lenta é quase impossível, pois a correnteza dos acontecimentos nos leva até a última página sem nos dar chance para respirar. É preciso manter-se à tona ou a gente se afoga.”
A metáfora do rio se revela por meio da narrativa que flui – ora intensa, ora mais branda – de forma ininterrupta, mas também por meio do suor, da saliva, do sangue, das lágrimas, do sêmen, e Carla faz isso sem ser apelativa, sem sentimentalismo barato, com a habilidade que só os melhores escritores possuem.
10. A visita cruel do tempo - Jennifer Egan
Sinopse: Bennie Salazar é um executivo da indústria fonográfica. Sasha é sua assistente cleptomaníaca. E é a partir da história desses dois personagens que Jennifer Egan retrata, em uma narrativa caleidoscópica, a passagem do tempo e a transformação das relações. Da São Francisco dos anos 1970 até a Nova York de um futuro próximo, a autora cria um romance de estilo ímpar sobre continuidade e rupturas, memória e expectativas.
Surpreendente, A visita cruel do tempo combina diferentes pontos de vista sobre histórias que se entrelaçam de maneiras inesperadas. Ao longo dos sabores e dissabores da vida dos personagens, Egan traça um interessante e envolvente panorama sobre crescimento, perda e ambição e sobre o que acontece entre o que esperamos de nossa vida e o que se torna realidade.
E você, tem algum livro para recomendar para a gente?